quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Nenhum vento a soprar nuvens ( Reeditado )






Procuro ínfimos símbolos,
qualquer prenúncio
no tempo,
também o universo conspira,

nenhum vento sopra
nuvens,
nem folha cai.
Busco

em epigramas escusos
ou em qualquer epígrafe
algum indício
nos poemas teus.

Olho
o fundo da xícara,
marca deixada

do café -
obscuro sinal
a dizer-me o que não sei

traduzir.


Fevereiro, 23 de 2012
Fotografia, Sidarta

3 comentários:

  1. a marca do café, um sinal.
    um bom sinal.
    tentei seguir o blog e não consegui.

    magoei.
    :-(

    ResponderExcluir
  2. A origem da leitura divinatória pela borra do café se perde na noite dos tempos, mas ela continua ainda inspirando belos textos poéticos... Como este teu aqui, Marlene.

    Belo no título, saboroso nas sonoridades, misterioso no conteúdo. Meus parabéns, querida amiga!

    Um abraço com carinho, bom fim de semana.
    André

    ResponderExcluir
  3. MARLENE,

    seguindo você aqui, também!

    Quando nós nos perdemos, as referências nos escapam , as trilhas se apagam após chuva torrencial inesperada de insólitas lembranças e fazendo-nos ingratas surpresas,o chão se abre e neste movimento nossos pés desaparecem, a sensação é trágica!

    Tragédia, no entanto que nos aponta para a reconstrução.

    Quando tudo desaba, resta a certeza de que é preciso viver e procurar novamente "ínfimos símbolos/ qualquer prenúncio no tempo,..." antes que a conspiração universal nos engula.

    O momento é agora!

    Um abração carioca que ama aberta, escancarada e eternamente esta nossa Itajaí e pelos motivos mais confessáveis,afinal sou amante da beleza.De todas!



    ResponderExcluir