De tanto olhar o céu todos os dias, escolhi o de Abril como o mais bonito: leveza tamanha de nuvens brancas sobre um azul indescritível!
terça-feira, 21 de junho de 2011
Fel
É madrugada,
a rua dorme,
tanta quietude não me deixa dormir.
Arde vida
debaixo de cada palavra
que escrevo,
fica pulsando
em mim,
e nesse instante
quero que fique presa,
assim me desobrigo
do que não vou dizer
melhor que este silêncio.
E sorvo a inutilidade,
a não-palavra:
seca, vazia,
arestas,
quinas,
fel
da língua.
(Imagem: Aquarela de Marlene Edir Severino)
Março, 29 de 2011
terça-feira, 7 de junho de 2011
Inseto Na Poça D'água
O dia a empalidecer da janela,
frio anunciado,
escorrida hora, lenta chuva
e um inseto nada
na transparência da poça d’água.
Consumido dia.
Sussurros da chuva na janela
a abrir silêncio. Voo da alma:
fio suspenso, teia,
aranha equilibrista,
úmidas pegadas de inseto na calçada.
Adequar o pulsar à pálida face
da noite que inicia. Lua escondida
entre nuvens no lívido céu.
(Imagem: Aquarela de Marlene Edir Severino)
Maio, 19 de 2011
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