De tanto olhar o céu todos os dias, escolhi o de Abril como o mais bonito: leveza tamanha de nuvens brancas sobre um azul indescritível!
quarta-feira, 25 de maio de 2011
De Abril
Fora do chão, busco estrelas,
chego nesta estrada ainda a procura:
tenho cura?
Cancelei viagens, interrompi caminhos
e tive que buscar atalhos sequer imaginados
a me refazer em todos os cansaços,
estive de mim ausente quase uma vida:
existe saída?
Pra emergir minha vontade,
minha pressa,
apressada feito porta de emergência...
E tenho todas as idades no mesmo dia,
planos completos em menos de um segundo,
vou ao fundo e crio personagens para cada emoção.
Vivo intensamente aos solavancos,
despeço-me humildemente de cada instante
ínfimo, sutil,
porque o próximo será novo, único
e diferente também estará o meu olhar
se ainda aqui estiver, então
nado de costas, para poder olhar novamente
o céu de abril.
(Imagem: aquarela de Marlene Edir Severino)
Maio, 25 de 2011
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Poções
Borbulhar das poções. Salamandras,
atiçar das cinzas.
Opaco é o vidro da tua redoma,
engole-me o abismo do teu olhar.
Deixa teu cheiro no caminho,
do timbre da tua voz uma semente
ao vento, eco dos teus passos
lentos, resquício de pegadas tuas
na caminhada da manhã...
Ou um fio de cabelo,
linha da tua camisa,
digital em alguma pedra,
qualquer indício
pra completar esse feitiço!
(Imagem:Aquarela de Marlene Edir Severino)
Maio, 19 de 2011
sábado, 14 de maio de 2011
Olhar de Vento
"... que em teus cabelos nasça a chuva"
(Fernando José Karl)
A lua crescente, quase cheia
emoldurada na minha janela
a me fazer lembrar, o teu olhar de vento
soprou cheiro de flor na minha pele,
e nuvem de linho
fez nascer a chuva em meus cabelos,
o frouxo riso, a língua solta,
vinho na taça,
meu beijo adolescente na tua boca
e teu abraço abrupto a me prender
junto a teu corpo frêmito: tua noite minha manhã.
E nos encontraremos,
quem sabe, súbito,
na mudança de rotina de um dia qualquer.
Imagem: Aquarela de Marlene Edir Severino)
Maio, 13 de 2011
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Desassossego
Num trôpego desassossego
feito pedra solta
quase arrancada da areia,
a esmo
prego meu apego,
diluo entranhas na casa:
mistura de desapegos, cegos tropeços,
apegos parcos,
vãos apreços
diluem-se no vão das frestas,
se vão com o vento,
mas incansável rego:
sôfrego córrego
de tanto desassossego.
(Imagem:Aquarela de Marlene Edir Severino)
Maio, 08 de 2011
domingo, 1 de maio de 2011
Água Viva
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