quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Nenhum vento a soprar nuvens ( Reeditado )






Procuro ínfimos símbolos,
qualquer prenúncio
no tempo,
também o universo conspira,

nenhum vento sopra
nuvens,
nem folha cai.
Busco

em epigramas escusos
ou em qualquer epígrafe
algum indício
nos poemas teus.

Olho
o fundo da xícara,
marca deixada

do café -
obscuro sinal
a dizer-me o que não sei

traduzir.


Fevereiro, 23 de 2012
Fotografia, Sidarta

sábado, 7 de setembro de 2013

Janela



Recorte do visível:
muro verde
imenso
pano de fundo
pronunciada presença
aranha alpinista
desce
invisível fio

Rabiscos de caracóis –
ilegíveis hieróglifos
grafados na umidade da manhã

Ar parado
num céu silencioso

Não fosse
esse resquício de azul
que escavei
e em outro céu
guardei

seria ainda cinza
esta manhã


Setembro, 07 de 2013

Fotografia, Sidarta