sexta-feira, 8 de julho de 2011

Papel Amassado




Rotineiro dia,
tanto nada:
de tantos pássaros no final da tarde,
um vento que bate a veneziana,
a folha que plana
antes de juntar-se a outras no chão

e as árvores cada vez com menos folhas.
Um nome pronunciado, quase sussurro
a não quebrar o silêncio. Sopro
da mesma ausência de outras margens.

Palavras escritas além das margens do papel,
equivocadas, ilusórias.
Minha boca seca na quase ausência de som.

Papel amassado
guarda alguma poesia.

(Imagem: aquarela de Marlene Edir Severino)
Julho, 08 de 2011

2 comentários: