Saltam das páginas
flores
folhas secas
empalidecidas
envoltas em papel de seda
prensadas entre as folhas
do antigo dicionário
Fragmentos insignificantes
retidos num tempo
que já não tem mais forma
de lembranças confusas
misto de apego
desapego
incrustados nos livros
mimos
objetos que separa
Descarta
Então retoma a arrumação
da estante da segunda sala
24
de Novembro de 2013
Fotografia,
Marlene
A imagem desses mimos tão bem associadas ao Tempo
ResponderExcluir"que já não tem mais forma
de lembranças confusas
misto de apego
desapego", é bela e delicada como a fotografia em si.
Lindo poema. Beijos!
Quando lembro de folhas e de pequenas flores de montanha que guardei em livros, Marlene... quando as revia, porém, essas já não me diziam lá grande coisa; lembravam-me, apenas, que eu já não era mais o mesmo que quando as pusera ali.
ResponderExcluirTodavia, o que acho muito interessante neste teu tão belo poema, minha amiga, é a coincidência de palavras que nele figuram, com as que também figuram em um poema meu, ainda inédito.
E que fala do apêgo e do desapêgo, das importâncias e das desimportâncias… além dos fragmentos dessa nossa vida fragmentada.
Parabéns tanto pelo poema como pela fotografia, continuamos guardando muitas coisas parecidas em nossas letras poéticas, minha amiga, muitas...
Um beijo com carinho,
André
em cada folha guardada no fundo de uma página, ouvidos encostados ao vento, lá onde o tempo toca as mãos como violinos de boca afi(n)ada.
ResponderExcluirbeijinho!
Olá MARELENE,
ResponderExcluirsão os resquícios de nossas devoções à leitura.
Folhas secas de livros, cujos textos, permanecem verdejantes nas nossas memórias.
Um abração carioca.
descarta, não descartes
ResponderExcluirbj