quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Do mapa astral




Aguarda
o prometido
mapa astral
interpretado

Nalguma coordenada
evasiva
talvez descubra então
a “coincidência significativa”

ou numa confluência entre planetas
no sextil
entre Plutão e Netuno
em algum trígono com Júpiter

quem sabe dependa apenas
da vontade do sol
da lua

contida num sinal
enigmático
em sibilino número ainda
não decifrado

Talvez tenha cruzado seu caminho
desatenta
nem percebeu

A potenciação que aprendeu na escola
em todas as formas
pretende aplicar
sobre cada segundo do exíguo tempo
que ainda restar


Dezembro, 04 de 2013
Fotografia, Sidarta

* A sincronicidade é também referida por Jung de “coincidência significativa”



2 comentários:

  1. chão de estrelas sobre a tua poesia: a voz em eco.

    beijos meus!

    ResponderExcluir
  2. Um poema que se sintoniza como te retratas em teu perfil, minha amiga Marlene: indefinível. Conquanto fale de temas meio familiares meus, os meandros semânticos nos quais se inserem, se me parecem muito herméticos – diria mesmo, elevados – para a minha cultura e perspicácia de "caminhãozinho".

    No entanto, versos como "a vontade do Sol e da Lua contida num sinal enigmático…" são de uma construção poética que beira mesmo o científico.

    Notei a terceira pessoa do poema mas não descobri o seu gênero. Por sinal, os gêneros na poesia entremeiam-se a códigos que se perdem (para mim) no labirinto das metáforas mais sutís e polissêmicas.

    Teu poema intriga pelo caráter misterioso e especular com que se reveste, porém, não deixa de ser belo, poeticamente. Se escrito em um pergaminho e esquecido numa caverna, quando achado, poderia dar o que fazer para astrólogos e exegetas do futuro. Com toda certeza.

    Sibilino. Profético. Indefinível.

    Meus plausos, querida amiga, um carinhoso abraço, bom fim de semana.
    André

    ResponderExcluir