quinta-feira, 18 de abril de 2013

Lembranças recorrentes no café da manhã






Carpinteiro de profissão
feito José,
fez-lhe uma escada
certa vez, o pai,
de madeira
e encaixe nos degraus
até demão de tinta deu
sobras que haviam numa lata
(“pro tempo não apodrecer”)
cor de cerâmica crua
- para as lides do quintal.

Mas ela usava
para subir nas nuvens.


Abril, 18 de 2013
Fotografia, Sidarta

7 comentários:



  1. O 'bicho carpinteiro' é alpinista.
    escala montanhas de nuvens!

    :o)

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  2. Que bonito, Marlene. a concretude não arranca asas.

    beijos,

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  3. Tava voando de blog em blog e parei aqui...
    Que lindeza de texto! :)

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  4. Que bom te visitar, hoje, gostei muito do poema. Um abraço, Yayá.

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  5. Puxa, Marlene, quanta beleza e sensibilidade! Faz a gente calar os pensamentos por instantes e só sentir o seu poema. Adorei!!!
    bjs

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