terça-feira, 11 de outubro de 2011

Alinhavado Entardecer




Entardecer alinhavado no silêncio:
vaga a hora,
empalicede a cor do dia,
música triste canta o vento.

Esfria,

sopra o resto do dia
pela fresta da janela,
bate a porta
que deixei entreaberta,

parece que ecoa peito adentro
e traz um rosto, uma imagem
que nem fazia parte
desse final de tarde.


Outubro, 11 de 2011
(Imagem: óleo sobre tela de Marlene Edir Severino)

3 comentários:

  1. Finais de tardes trazem-nos tanta coisa... (assim como deixa também).

    Belíssimo Marlene!

    beijo.

    ResponderExcluir
  2. Foram aquelas pedras beira-mar
    que me disseream
    dos tempos que contornam as cortinas na minha janela.
    E você então me dirá que pedras não falam.
    Sim, as pedras não falam, mas contam histórias.
    E me contaram dos minutos entardecido,
    adormecidos
    em marés de verdejar meus olhos
    daquele canto branco
    de desfrutar da minha paz
    ainda não merecida
    muito menos esquecida
    na areia branca
    aquecendo meus pés desse afundar os olhos
    por entre os seus grão.
    E guardei na concha feita com as mãos
    aquele tecer que o cotiano me impõe
    com agulha e linha
    e pouco tecido
    e alinhavo meus passos como se alinha dedos entre fios de cabelos
    desagregando as horas
    como grãos de areia
    antes, rochedos inponentes.
    Entrego meu barco`as águas mornas de embalar saudades, minhas verdades velejadas e algumas tritezas naufragadas, durante os anos
    que ainda não tive.

    Beijo na alma, querida minha :)

    ResponderExcluir