sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Pomar Adormecido






Num lapso de tempo
encurtadas distâncias,
riscadas as fronteiras
do mapa,

trocados poemas:
mercadores de coloridas asas,
em alçados voos.

Indiferenças, vagos horizontes,
nem sinais de primavera,
do outono passado, alguma cicatriz

no tronco podado, leve traço
e o pomar está adormecido,
asas de vidro, vazios os ninhos,

nenhum pássaro.

(Imagem:aquarela de Marlene Edir Severino)
Setembro, 2 de 2011

4 comentários:

  1. Poema e imagens lindos.Parabéns poetisa por tão bela e inspirada postagem.Beijos

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  2. A espera recompensa pelos frutos que virão. Um abraço, Yayá.

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  3. Um poema melancolicamente belo. Mas as imagens esperam para se preecherem de vida.

    beijos, Marlene.

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  4. sentei-me à sombra
    daquela árvore de anos
    que me contou suas histórias
    de adormecer canários
    de compartilhar formigas
    de florescer horários
    nos seus galhos de
    acariciar o tempo.

    Guardei-me em semente, esperando a hora certa de me germinar, outra vez.

    Saudades tanto daqui, meu carinho sempre :)

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