quarta-feira, 25 de maio de 2011

De Abril





Fora do chão, busco estrelas,
chego nesta estrada ainda a procura:
tenho cura?

Cancelei viagens, interrompi caminhos
e tive que buscar atalhos sequer imaginados
a me refazer em todos os cansaços,
estive de mim ausente quase uma vida:

existe saída?
Pra emergir minha vontade,
minha pressa,
apressada feito porta de emergência...

E tenho todas as idades no mesmo dia,
planos completos em menos de um segundo,
vou ao fundo e crio personagens para cada emoção.

Vivo intensamente aos solavancos,
despeço-me humildemente de cada instante
ínfimo, sutil,
porque o próximo será novo, único
e diferente também estará o meu olhar

se ainda aqui estiver, então

nado de costas, para poder olhar novamente
o céu de abril.


(Imagem: aquarela de Marlene Edir Severino)
Maio, 25 de 2011

5 comentários:

  1. O céu de abril é azul e lindo como seu poema, beijos.

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  2. Não, amiga, não tens cura: estás irremediavelmente condenada à poesia da vida. Estão em ti as cores e as palavras. Então continue.

    beijo.

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  3. "Vivo intensamente aos solavancos,
    despeço-me humildemente de cada instante
    ínfimo, sutil,
    porque o próximo será novo, único
    e diferente também estará o meu olhar..."

    Lindíssimo!!

    Obrigada pela visitinha no Poetar, faz daquele cantinho teu tbm e volta!

    Deixo um beijo, com sorriso...

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  4. Que lindooooooooooooooooo!!!
    Não tenho qualquer comentário, palavra... só me resta o embalo no teus verso, no teu universo bonito que ja disse tudo.

    Meu carinho, flor
    Samara Bassi

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  5. O nome já é belo - Céu de Abril - mês de outono que é uma mágica estação.
    E as obras de ARTE que ilustram as palavras são sensacionais.
    Abraços

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