domingo, 28 de outubro de 2012

Água-viva





Domingo.

O dia se desprende,
vagarosamente escapa
pelas beiradas da espera,

água-viva
lenta, solta no mar
da Praia Brava.

Bocejo
do teu insonoro e desolado
falar sem palavras:
sem corpo, sem cheiro
sem pele,
nem espero.

Acho que não quero mais.

Maio, 01 de 2011


Fotografia de Marlene Edir, Praia Brava
Publicado no Céu de Abril, Maio de 2011

3 comentários:

  1. Um domingo tão belo, ainda que de desistências....
    Beijos, Marlene! :-)

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  2. Pois acho que ainda deverias querer.
    Querer sempre.

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  3. É muito difícil traduzir em palavras, em um texto ou poema, a vaga sensação do se decidir diante de uma espera. E quando esta se faz, por sua vez, também imprecisa, toda inspiração se faz silêncio.

    No entanto, Marlene, em tua inspiração, o vago da espera fez-se poema. E belo.

    Um abraço com carinho,
    André

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