
Fora do chão, busco estrelas,
chego nesta estrada ainda a procura:
tenho cura?
Cancelei viagens, interrompi caminhos
e tive que buscar atalhos sequer imaginados
a me refazer em todos os cansaços,
estive de mim ausente quase uma vida:
existe saída?
Pra emergir minha vontade,
minha pressa,
apressada feito porta de emergência...
E tenho todas as idades no mesmo dia,
planos completos em menos de um segundo,
vou ao fundo e crio personagens para cada emoção.
Vivo intensamente aos solavancos,
despeço-me humildemente de cada instante
ínfimo, sutil,
porque o próximo será novo, único
e diferente também estará o meu olhar
se ainda aqui estiver, então
nado de costas, para poder olhar novamente
o céu de abril.
(Imagem: aquarela de Marlene Edir Severino)
Maio, 25 de 2011