quarta-feira, 9 de março de 2011

Cacto


A voz da tua boca
a cuspir palavras
vãs,
ambíguas,
ásperas, curtas,
sulfúricas:

espinho de cacto
da tua língua

de trapo.
Arremedo de presença.
Míngua.

Lua minguante no céu.


(Aquarela de marlene edir severino)
Março, 9 de 2011

4 comentários:

  1. Desses arranhões que o viver alastra na pele, quero buscar antídoto nos desertos dos caminhos.

    Abraços, flores e estrelas...

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  2. Dos cactos se esperam arranhões, dor, sangue e uma enorme motivação para suplantar tudo.

    beijo

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  3. Enquanto o espinho rasga a carne, a palavra rasga a alma e o poeta suplanta tudo em poesia. Adorei teu espaço.

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  4. Flores também podem ferir. Texto afiadíssimo. Gosto muito...

    beijo

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